sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007
A vida às vezes cansa, principalmente quando você mora em uma cidade que é uma máquina de fazer estressados, como é São Paulo.
Paulistanos parecem estar sempre com pressa, vivem correndo como se estivessem fugindo de algo, afobados feito o coelhinho da Alice no País das Maravilhas.
Não é possível manter esse ritmo ad eternum, e é por isso que às vezes sou obrigada a recorrer ao ópio cinematográfico. Nada como entrar em uma mundo paralelo, apertar a tecla play do dvd e a pause do meu cérebro e esquecer deste mundo louco por algumas horas, imergindo em filmes que a gente assiste como quem come Chocolate diet, no maior dos descompromissos.
Poucas coisas são mais eficazes na arte de anestesiar as neuras da vida moderna do que os filmes de Hollywood.
Não à toa, o cinema norte-americano está cumprindo a ameaça de Pinky & Cérebro, de dominar o mundo.
Porém, não pretendo discutir agora os méritos artísticos dos blockbusters da Gringoland.
Quero, apenas, compartilhar com vocês a minha tese: filmes hollywoodianos apostam no que eu chamo de Teoria Maquiavélica do Amor.
Recordemos filmes como Duro de Matar, Velocidade Máxima, O Vingador do Futuro, Armagedon, A Múmia: carros batem, prédios explodem, pessoas morrem, toda uma gama de desgraças perpassa nossos sentidos em aproximadamente duas horas, e tudo isso para quê? Para que o filme acabe em um beijo apaixonado. Ou seja, o fim (no caso, o happy end amoroso) justifica os meios.
Como se os roteiristas piscassem os olhos para a gente, nas entrelinhas, afirmando que toda sorte de desgraças humanas e materiais exibidos na tela grande se justifica em nome do tal do Amor.
Porque nós, incautos espectadores, precisamos de um justo quinhão de diversão lobotomizante, coroada, invariavelmente, com a cereja de um beijo enamorado no final.
E assim, todos vivem felizes para sempre.
Bem, ao menos até que seja rodada a próxima continuação.
Na vida real Lois Lane teria morrido soterrada, assim como Mary Jane jamais sobreviveria a ponte. Ou não.
Afinal de contas, vai saber. O tal do Amor não deixa de ser uma loteria; de repente é possível acertarmos os números da Mega Sena, por que não?
E, do alto da mais improvável das improbabilidades, em meio ao dilúvio de bilhões de pessoas perdidas neste mundo vasto mundo, não é possível encontrar alguém que ature nossas idiossincrasias, tiques irritantes ou pneuzinhos na cintura e que ame a gente assim mesmo, mesmo que não tenhamos os músculos de um Brad Pitt ou as curvas de uma Angelina Jolie?
Este mundo, felizmente, é maluco e cheio de possibilidades.

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posted by KK Camilla at 12:57 |


4 Comments:


At 23 de fevereiro de 2007 às 13:30, Blogger Sela

Perfeito...adorei o post.Não é fácil encontrar...se algué encontrar o meu perdido por ai....seguraaaaaaaa pra mim.To perdida...doughhhhhhhhhhh

 

At 23 de fevereiro de 2007 às 22:53, Anonymous Anônimo

é...adorei o texto!!! muito loko...

e realmente o amor é uma mega-sena...vc tem de apostar sempre!!!
E quando acerta é igual final de filme, FELIZES PARA SEMPRE!!!

Não tenho os musculos do Brad Pitt e nem vc as curvas da Jolie (os lábios são tão gostosos como)...aguento seus tiques, paranóias e tudo o mais...

te amo né!!! faz parte...

amo mesmo, muito mesmo!!!

bjos

 

At 26 de fevereiro de 2007 às 18:14, Blogger Sela

Cadê vc?????????Bjão flor....

 

At 27 de fevereiro de 2007 às 09:15, Blogger Sela

Ouuuuuuuuuuuuuuu EU TO PREOCUPADA COM VC!!!!!!!!!!!dÁ PRA ME DIZER O QUE ESTÁ ACONTECENDO????????????????????????????????????????BJOSSSSSSSSSS VIU!!!!
caramba...ainda te bato amiga.Vc me deixa doida....